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Foto do escritorRoberto Lopes

6 PRINCIPAIS ALAVANCAS DA INOVAÇÃO



Se, por um lado, existem anticorpos da inovação, que estão presentes nas organizações com o objetivo de proteger o negócio principal e manter o status quo, com melhorias incrementais, por outro, há diversos fatores que podem impulsionar a inovação no seu negócio.


Nesse sentido, selecionamos 6 alavancas que impulsionam a inovação e podem tornar seu negócio cada vez mais future-ready.



1. Alocação de Tempo


Um fator que auxilia no desenvolvimento de uma cultura de inovação é a alocação de tempo para isso. É indispensável compreender que o tempo é um forte aliado da inovação e conseguir criar uma gestão do tempo, de modo a alocar espaço para a exploração de oportunidades é algo que ajuda muito nesse processo.


Quando estão todos, desde a alta gestão, cargos intermediários e colaboradores de níveis hierárquicos mais baixos, envolvidos com um dia a dia frenético, trabalhando totalmente no piloto automático, sem tempo para momentos mais exploratórios, a inovação dificilmente acontece. E ainda que aconteça, isso ocorrerá de forma desestruturada, o que não se sustenta no médio prazo.


Pessoas muito ocupadas com atividades corriqueiras não têm tempo para ser criativas e justamente por isso que empresas cada vez mais vêm fomentando momentos para que os funcionários executem tarefas não diretamente relacionadas ao cargo e/ou deem prosseguimento a ideias e projetos em fase embrionária. Empresas como a 3M, Google entre outras possuem isso na sua cultura e soluções como Post- it e Gmail decorreram justamente de ideias advindas desses momentos em que funcionários exploram oportunidades fora da sua rotina.


Ainda que isso represente um investimento por parte da empresa, é também indispensável investir para criar uma cultura de inovação e transformação constantes.



2. Alocação de recursos


Outra alavanca importante e que impulsiona a inovação é a alocação de recursos financeiros e de pessoas voltadas à inovação. Para disseminar uma cultura de inovação é sempre indispensável que haja o respaldo da alta gestão e que haja linhas no orçamento que financiem, de forma estruturada, as ideias que têm maior potencial dentro da companhia.


Dedicar linha clara de orçamento, sem a expectativa de retorno em curto e até mesmo médio prazo é importante. Isso porque experimentos demoram tempo para trazer resultados, sendo o mais importante o aprendizado que o negócio adquire nos momentos de exploração, construção, prototipagem e validação das iniciativas.


Ter essa linha no orçamento e mantê-la mesmo se nas primeiras oportunidades o retorno financeiro não ocorrer é importantíssimo para construir uma cultura inovadora e protagonista.



3. Incentivos e recompensas


Outro fator relevante é a verificação de incentivos e recompensas para premiar iniciativas inovadoras. Normalmente, comportamentos inovadores são difíceis de se observar. Além disso, o desenvolvimento de novos processos, novas linhas de receita e tecnologias causa incertezas e insegurança.


Dessa forma, os incentivos e recompensas auxiliam muito nesse movimento de mudanças. Eles podem ser dos mais diversos, contemplando tanto questões relacionadas a bens materiais, como bônus, aumentos de salário, PRL, ou não-materiais, que frequentemente são mais importantes ainda e incluem, por exemplo, promoções, transferências ou até oportunidades de desenvolvimento pessoal.


Esses rituais podem se tornar símbolos importantes e que, uma vez claros, auxiliam muito no fortalecimento de uma cultura inovadora e engajamento de todos.



4. Repositório de conhecimento


Acreditamos que todos nós nascemos criativos, mas por um contexto educacional defasado, acabamos sendo colocados, ao longo da nossa educação, dentro de caixas que nos tornam cada vez menos criativos. Ainda assim, a criatividade que ficou, muitas vezes, na nossa infância, pode ser retomada, a partir de uma mente mais curiosa com o passar do tempo.


Muito relacionado à criatividade está a inovação. E aqui, muitas vezes, a questão é ainda mais difícil de acontecer. Afinal, ainda que todos nasçam criativos, ninguém nasce inovador. O objetivo deve ser se tornar inovador, principalmente num mundo em transformação.


Essas mudanças podem ocorrer através do desenvolvimento de novas capacidades e competências, em trilhas de desenvolvimento, mas existe também um conhecimento acumulado dentro da empresa, que permite aos inovadores obter novos conhecimentos - além daqueles que já dominam - e os capacitam a criar soluções inovadoras a partir do que já foi feito.


É muito relevante para qualquer negócio ter organizado e estruturado o conhecimento que existe dentro dele, principalmente quando é criado justamente a partir da sua história, seus acertos e, principalmente, os seus erros. É justamente quando se tem esse repositório de conhecimento que novas e improváveis soluções são concebidas, tornando os negócios mais ágeis e adaptáveis à mudanças.


É nesse tipo de aprendizagem, de tentativa, erro e investimento, que se cria a cultura da inovação.



5. Colaboração


Outro aspecto que fortalece a inovação é a colaboração entre os times. Ainda persiste no imaginário coletivo que inovação pode decorrer de um inventor criativo isolado, que possui momentos Eureka, de Arquimedes, e inventa coisas maravilhosas e soluções de grande impacto sozinho.


Ocorre que não é essa a realidade em pelo menos 99% das vezes, o que permite concluir que a inovação, de fato, não é um processo individual, mas coletivo de brainstorming de ideias, de pessoas com backgrounds diferentes, e de execução também coletiva, para tirar a ideia do papel e fazer a inovação acontecer.

Para fomentar a colaboração, torna-se indispensável uma transparência dos negócios e um ótimo fluxo de comunicação. Inclusive, a sinergia não precisa ser apenas interna. Pascal Finette, professor da Singularity University, sustenta que o futuro da inovação é descentralizado. Isso significa que se pode ter inovação aberta, através de movimentos de colaboração com startups e inovadores do mundo todo, de maior conexão e engajamento com os clientes e usuários das nossas soluções.


Quanto mais colaborativo, interna e externamente, maiores as chances de desenvolver inovação.



6. Empoderamento e autonomia


Quando uma empresa limita demais o empoderamento e a autonomia do seu time, isso faz com que todos, por segurança, arrisquem menos e façam, sempre, aquilo que se é esperado dele. Essa limitação acaba barrando a inovação e não permitindo que a cultura se oriente cada vez mais a ela.


Por definição, empoderamento consiste num processo que amplia sentimentos de confiança e controle por meio da participação dos colaboradores na tomada de decisões, além de um conjunto de atividades destinadas a fortalecer a confiança nas capacidades dos colaboradores.


O objetivo, portanto, é gerar uma mudança positiva nas organizações, incentivando a participação de todos no processo decisório. Essa participação estimula suas habilidades, concede autonomia e autoridade, gerando, assim, inovação e agregando valor à organização. Percebe-se que nas organizações com alto nível de participação dos trabalhadores na tomada de decisões, as práticas de inovação geralmente produzem resultados superiores.


De acordo com Yang & Konrad, empresas que possuem colaboradores com mais autonomia e empoderamento apresentam índices de alto desempenho em termos de inovação, pois envolve os trabalhadores na geração de ideias e no processo de aprendizagem organizacional.


Empoderando o seu time traz como consequência o aumento na geração de ideias, tornando a empresa cada vez mais preparada para o futuro.


Separamos aqui outros posts que falam sobre Inovação ;)





Fontes consultadas:

- A Estratégia da Inovação Radical | Pedro Waengertner

- Diversity and organizational innovation: The role of employee involvement. Journal of Organizational Behavior | Yang, Y., & Konrad, A.

- O Dilema da Inovação | Clayton Christensen

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