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TRANSFORMAƇƃO DIGITAL

Atualizado: 27 de jul. de 2020

Uma exploração da principal tendĆŖncia empresarial promovida pelo ā€˜novo-normalā€˜



O momento demanda das empresas se ajustarem a novos formatos, menos físicos e presenciais, mais low-touch e digitais. E não é por menos: líderes em maturidade digital no mundo apresentam desempenho superior, com taxa de crescimento de EBITA até 5 vezes maior em comparação às demais empresas - segundo dados da pesquisa McKinsey Analytics and Digital Quotient.



Mas afinal, o que caracteriza uma transformação digital?


TransformaƧƵes digitais podem ser caracterizadas por acionar ao menos uma de quatro alavancas-chave de valor:


(i) Modelos de negócio (novas formas de operar e novos modelos econÓmicos);

(ii) Conectividade (engajamento em tempo real);

(iii) Processos (foco na experiência do cliente, automação e agilidade); e

(iv) Analytics (melhor tomada de decisão e cultura de dados).



Para capturar o valor criado por essas alavancas, é necessÔrio associÔ-las a um conjunto de melhores prÔticas de gestão que abrangem quatro dimensões fundamentais:


(i) EstratƩgia;

(ii) Capacidades;

(iii) Organização; e

(iv) Cultura.


Convido você a explorar a maturidade estas 4 dimensões, à partir de reflexões baseadas no documento Transformações digitais no Brasil: insights sobre o nível de maturidade digital das empresas no país da McKinsey & Company.

Fonte do Quadro 1: Analytics and Digital Quotient by McKinsey


1- ESTRATƉGIA


As empresas em geral, mesmo aquelas com maturidade digital menos desenvolvida, têm consciência da relevância e do potencial de disrupção do Digital e Advanced Analytics.


As empresas lĆ­deres tendem a mudar de forma significativa sua estratĆ©gia corporativa e investir mais na digitalização.5 Mas uma transformação digital eficaz requer uma estratĆ©gia capaz de aliar uma visĆ£o ambiciosa com uma perspectiva holĆ­stica das aƧƵes e mensuração clara dos resultados. AlĆ©m disso, a comunicação frequente da história da transformação e da estratĆ©gia digital sĆ£o fatores que alavancam o sucesso da transformação dessas empresas – segundo um estudo realizado pela McKinsey em 2018, as organizaƧƵes globais que adotam essas prĆ”ticas tĆŖm probabilidade 3 vezes maior de serem bem-sucedidas em sua transformação.


As demais empresas, contudo, tendem a ter uma visão mais voltada à interface com o cliente, na qual o digital é um pilar adicional da estratégia.


Potencial de disrupção de Digital e Advanced Analytics:

  • ConsciĆŖncia da mudanƧa

  • Aspiração ambiciosa e de longo prazo

  • Vinculado Ć  estratĆ©gia de negócio

  • Centralidade do Cliente

  • Oportunidades de crescimento

  • Roadmap especĆ­fico



2- CAPACIDADES


As empresas investem em marketing digital e na melhoria da jornada do cliente em geral, mas as capacidades analíticas ainda são um desafio.


Além de uma estratégia clara, é essencial que as empresas desenvolvam capacidades de sustentação da mudança, tais como uma base robusta de dados e informações para definição e acompanhamento estratégico; modelos e ferramentas que viabilizem a geração de insights sobre o negócio e aumentem a eficiência e a produtividade; entendimento abrangente da experiência do cliente em toda a sua jornada e habilidade para aprimorÔ-la por meio da personalização de produtos e serviços; bem como aumento do engajamento digital de seus clientes e parceiros com o uso de técnicas de marketing digital.


As jornadas de cliente e a melhoria da experiência parecem ser conceitos disseminados na grande maioria das empresas participantes da pesquisa. Nesse sentido, as prÔticas distintivas envolvem também a personalização da experiência do cliente e a disseminação do uso de ferramentas de autoatendimento. As empresas de destaque contam com recursos dedicados ao mapeamento das jornadas ponta a ponta e dos principais pontos críticos para os clientes, o que lhes permite desenhar novas jornadas considerando não apenas o feedback dos clientes, mas também desenvolvendo o desenho juntamente com eles (design thinking).


No que se refere às prÔticas de marketing digital, as empresas jÔ dedicam parcela significativa dos recursos de marketing às mídias digitais, mas na média ainda as consideram mais como uma ferramenta para aumentar awareness de marca do que como uma maneira de otimizar os gastos de Digital marketing com maior foco em vendas e ligação direta com resultado. Para acompanhar o desempenho de seus representantes, realiza-se um ranking de campanha com alavancas de gamificação.


As empresas investem em marketing digital e na melhoria da jornada do cliente em geral, mas as capacidades analíticas ainda são um desafio. As dimensões são:


  • Marketing e vendas digitais Fonte: Pesquisa A&DQ Brasil

  • Dados e Analytics

  • Organização

  • Jornadas do cliente

  • Modelos e plataforma tecnológica

  • Foco na geração de valor



3 - ORGANIZAƇƃO


As empresas de maior destaque tĆŖm estrutura e governanƧa eficazes para implementar a transformação digital – talentos e disseminação do conhecimento ainda sĆ£o desafios.

Ɖ importante avaliar se a estrutura de digital e analytics da empresa estimula a colaboração eficaz e eficiente entre unidades de negócio, independentemente do grau de centralização, se existem KPIs claros de performance relacionados a prioridades estratĆ©gicas em digital e analytics e se eles sĆ£o monitorados de forma contĆ­nua e sistemĆ”tica pela empresa. TambĆ©m vale avaliar a habilidade para atrair, desenvolver e reter talentos de alto nĆ­vel em digital e analytics, bem como a existĆŖncia e proficiĆŖncia de funƧƵes crĆ­ticas que viabilizem a comunicação e o entendimento entre as funƧƵes de especialistas de tecnologia e do negócio.


A estrutura organizacional das empresas participantes no Brasil é uma das prÔticas com maior variabilidade quanto à maturidade. Embora não haja uma estrutura única capaz de gerar mais impacto que outras, a experiência da McKinsey em transformações permitiu identificar estruturas recorrentes, sendo as quatro principais:


  • Organização digital Ć”gil;

  • Unidade de negócio digital independente;

  • Grupo digital holĆ­stico;

  • Centro de excelĆŖncia.


Naturalmente, o que define a diferenciação entre as organizaƧƵes Ć© o entendimento dos lĆ­deres acerca dos trade-offs entre os arquĆ©tipos, sendo que a escolha do modelo a seguir deve basear-se nas necessidades e no nĆ­vel de maturidade digital de cada empresa. Contudo, no longo prazo, alcanƧar uma organização na qual o digital e o restante do negócio sejam indistinguĆ­veis – e inseparĆ”veis – deveria ser a meta.


Estruturas especializadas facilitam a responsabilização pela estratégia digital, viabilizam a avaliação de trade-offs transversais e asseguram o envolvimento dos altos executivos da empresa.


Em termos da prÔtica de governança, é importante ter visibilidade, fóruns de acompanhamento frequentes e formais para garantir uma governança eficiente. Da mesma forma, o reforço de comportamentos desejados por meio de mecanismos formais (por exemplo, incentivos) é uma prÔtica essencial em grandes transformações. A alta gerência é responsabilizada pelo sucesso das iniciativas com mecanismos formais de incentivo (por exemplo, bonificação) atrelados ao progresso da transformação digital. Um dos desafios, entretanto, é disseminar os incentivos da alta gerência a todos os níveis de maneira coerente, levando em conta as necessidades de curto prazo do negócio tradicional.


Outro aspecto fundamental é a escassez de talentos, citada por executivos no mundo todo como uma das principais barreiras à execução de uma transformação digital. No Brasil não é diferente: no intuito de suprir a necessidade de talento qualificado, as empresas têm investido em distintas alavancas como revisão do modelo de atração e recrutamento, capacitação da força de trabalho, parcerias e terceirização. Contudo, as empresas indicam que não têm conseguido atrair o talento qualificado de que precisam. Para abordar esta questão, muitas empresas no Brasil têm buscado aproximar-se de start-ups como meio de aprendizado e inovação das dinâmicas de atração, recrutamento e retenção. Embora esta dinâmica esteja em linha com aquelas observadas no restante do mundo, a melhor solução para a estratégia de recrutamento deveria incluir a adoção de um mix de métodos tradicionais (por exemplo, anúncios, head hunters) e não tradicionais (por exemplo, prospecção em comunidades de inovação, eventos de tecnologia).


O talento digital ideal Ć© fruto de uma combinação de habilidades tĆ©cnicas e funcionais com qualidades comportamentais e de lideranƧa para conseguir gerar impacto no negócio, e muitas empresas de destaque na pesquisa estĆ£o suprindo a necessidade de talentos digitais por meio de parcerias ou terceirização de funƧƵes. No entanto, a forma mais eficaz de desenvolver habilidades digitais Ć© por meio de capacitação e treinamento com tĆ©cnicas de aprendizagem experimental – adultos aprendem melhor colocando em prĆ”tica o que sabem, por isso a capacitação deve combinar teoria e prĆ”tica.


PrÔtica da dimensão de Organização:

  • Estrutura;

  • Colaboração entre negócio e tecnologia;

  • Talentos;

  • ProficiĆŖncia em Analytics e Digital;

  • GovernanƧa e mĆ©tricas.



4- CULTURA


Empresas que adotam desenvolvimento Ôgil, aliado a um maior apetite por inovação, tendem a apresentar melhor desempenho em cultura digital.


A cultura Ć© fundamental para a geração de valor em uma transformação digital, mas a maioria das empresas enfrenta desafios nesta dimensĆ£o. De fato, a cultura Ć© citada por executivos como a barreira ā€œnĆŗmero 1ā€ Ć  entrega de impacto em iniciativas digitais. No contexto de uma transformação digital, a mudanƧa cultural envolve alguns elementos crĆ­ticos, tais como:


— Agilidade: ritmo diferenciado na tomada de decisĆ£o e na execução das principais iniciativas digitais;


— Teste e aprendizado: existĆŖncia de estrutura, processos e sistemas para promover metodologias de teste e aprendizado (ou Testes A/B), com iteraƧƵes rĆ”pidas nas iniciativas de digital e analytics;


— Experimentação: maior conforto na exposição a riscos referentes a iniciativas de digital e analytics, porĆ©m de forma controlada;


— Colaboração interna: equipes multifuncionais altamente comprometidas que colaboram com eficĆ”cia no desenho e na implementação de soluƧƵes de digital e analytics;


— Mentalidade baseada em dados: rigorosa cultura de tomada de decisƵes baseadas em dados em Ć”reas de negócio estratĆ©gicas, tĆ”ticas e operacionais;


— Orientação externa: entendimento aprofundado do mercado competitivo e flexibilidade na busca por soluƧƵes e parcerias externas quando se trata de promover a capacitação em digital e analytics na empresa e/ou para atividades nĆ£o essenciais.


Transformar a cultura de uma empresa requer uma mudanƧa nas mentalidades e comportamentos em todos os nĆ­veis da organização. Isso somente Ć© possĆ­vel alavancando simultaneamente os quatro elementos do chamado ā€œModelo de influĆŖncia":


— Role modeling: refere-se Ć  forma como a lideranƧa serve de exemplo a ser seguido;


— Incentivo ao entendimento e Ć  convicção: diz respeito a criar uma história da transformação e comunicĆ”-la com frequĆŖncia;


— Desenvolvimento de talentos e habilidades: relacionado Ć  capacitação em habilidades tĆ©cnicas e de relacionamento, assim como aquisição de novos talentos;


— Mecanismos de reforƧo: referem-se Ć s estruturas, sistemas, processos e incentivos Ć  estratĆ©gia.


Grande parte das empresas tem consciência das mudanças que acarretam uma cultura digital. No entanto, a agenda de transformação digital muitas vezes se depara com hÔbitos antigos e iniciativas que visam buscar resultado financeiro imediato causando conflitos e eventual falta de alinhamento entre as Ôreas, o que desestimula investimentos de longo prazo na mudança de mentalidades e comportamentos (em certo caso, a Ôrea de digital em construção precisou ser reduzida para atender uma iniciativa transversal de eficiência da empresa).


Pequena parte das empresas e trabalham eficazmente com equipes Ć”geis multifuncionais. Dentre elas, algumas equipes integradas estĆ£o trabalhando com agilidade apenas em iniciativas diretamente associadas com temas digitais (por exemplo, novos canais digitais), enquanto algumas poucas empresas jĆ” estĆ£o aplicando o modelo Ć”gil em escala, alcanƧando atĆ© 60-80% de seu desenvolvimento em ambiente Ć”gil. Ter como princĆ­pio bĆ”sico a ideia de que ā€œsó nĆ£o pode errar sem aprenderā€ e busca codificar e disseminar os aprendizados de cada experiĆŖncia, por exemplo, realizando diversos testes A/B com registro detalhado dos resultados, Ć© uma prĆ”tica a ser seguida.


Alternativamente, a busca por capacidades externas (parcerias com start-ups, por exemplo) surge como uma porta de entrada comum para o desenvolvimento da transformação digital. As empresas lĆ­deres entrevistadas, porĆ©m, parecem recorrer menos Ć  captura de capacidades externas e a parcerias com terceiros. Empresas maduras entendem quais atividades sĆ£o essenciais e o que deveria ser feito internamente ou terceirizado, mas o maior desafio Ć© justamente entender ā€œo que Ć© essencialā€, uma vez que a definição pode mudar conforme a Ć”rea ou o momento da transformação. Por exemplo, atualmente Ć© comum ver a mĆ­dia programĆ”tica (anĆŗncios automatizados e direcionados online, entre outros) internalizada, enquanto a mĆ­dia de conteĆŗdo (produção de conteĆŗdo para divulgação institucional da marca) Ć© terceirizada, mas isto nĆ£o foi sempre verdadeiro.


PrÔticas da dimensão de Organização:

  • Agilidade

  • Teste e aprendizado

  • Experimentação

  • Colaboração interna

  • Mentalidade baseada em dados

  • Orientação externa



Após explorarmos as 4 dimensões fundamentais da Transformação Digital, lhe convido a conhecer os 5 principais insights do estudo:


(i) Os lƭderes digitais tambƩm apresentam melhor desempenho financeiro


(ii) A pontuação de maturidade dos líderes digitais no país estÔ próxima à dos líderes globais, mas hÔ grande disparidade de maturidade entre as empresas pesquisadas


(iii) As empresas líderes reconhecem a natureza complementar das prÔticas e se destacam nas três mais desafiadoras segundo o estudo, enquanto as de menor maturidade desenvolvem prÔticas pontuais, de forma isolada. As três prÔticas de transformação digital avaliadas como as mais desafiadoras são:

— Estrutura organizacional,

— Experimentação,

— Jornada do cliente.


As empresas com menor maturidade digital, por sua vez, conseguem priorizar um conjunto de quatro prĆ”ticas ā€œbĆ”sicasā€ ou prĆ©-requisitos para iniciar uma transformação digital:

— ConsciĆŖncia da mudanƧa,

— Orientação externa,

— Centralidade do cliente.


(iv) Grande parte das empresas pesquisadas enfrenta desafios em quatro prÔticas da transformação digital:

— Roadmap especĆ­fico de iniciativas, que seja ambicioso, priorizado e alinhado nos diferentes nĆ­veis da empresa, servindo de base para a estratĆ©gia de digital e analytics.

— Dados e analytics capturados estruturadamente e integrados via infra-estrutura robusta que fornecem uma visĆ£o 360o sobre o cliente e utilizados para apoiar a tomada de decisƵes em todas as Ć”reas da empresa de maneira regular

— Talentos identificados, capacitados e retidos na quantidade necessĆ”ria e que estejam preparados para um modelo de negócio mais digital e analĆ­tico.

— Mentalidade baseada em dados com o desenvolvimento de uma rigorosa cultura de tomada de decisƵes objetivas em nĆ­vel estratĆ©gico, tĆ”tico e operacional nas Ć”reas de negócio.


(v) A maturidade e a velocidade de transformação das empresas estĆ£o correlacionadas ao setor da economia a que pertencem. Duas hipóteses explicariam esta homogeneização nos nĆ­veis de maturidade digital, (i) criação de um diferencial competitivo relevante para as empresas mais avanƧadas, levando as outras a se movimentarem no sentido de avanƧar em sua transformação digital, ou (ii) esses setores estĆ£o mais próximos do ponto de inflexĆ£o, criando um diferencial competitivo relevante para as empresas mais avanƧadas em digital. No Brasil, trĆŖs setores claramente despontam em maturidade digital (pontuação acima da mĆ©dia geral): ServiƧos financeiros, Varejo, e TelecomunicaƧƵes e Tecnologia –precisamente, estes sĆ£o os setores mais afetados pelas mudanƧas de comportamento e necessidades do cliente, bem como pela dinĆ¢mica competitiva. AlĆ©m disso, sĆ£o os setores que se encontram mais próximos do ponto de inflexĆ£o de maturidade digital, no qual as empresas lĆ­deres definem o ā€œnovo normalā€ de um setor, fazendo com que as empresas defasadas em sua transformação corram maior risco de se tornarem obsoletas.




O momento demanda das empresas se ajustarem a novos formatos, menos fĆ­sicos e presenciais, mais low-touch e digitais. Ɖ um caminho sem volta, cujo timing de sua adoção pode impactar diretamente o nĆ­vel de competitividade e atĆ© existĆŖncia do seu negócio. Neste contexto, permita-me lhe dar uma dica, esta seria: seja protagonista do seu próprio futuro, e faƧa isso investindo no seu processo de transformação digital.




Fontes:

- Pesquisa McKinsey Analytics and Digital Quotient. - TransformaƧƵes digitais no Brasil: insights sobre o nƭvel de maturidade digital das empresas no paƭs da McKinsey & Company.


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